César, além de ter reescrito o calendário, também se
tornou parte dele. Talvez tenha sido apenas depois do
seu assassinato que o mês Quintilis foi renomeado
Julius, nosso julho, em sua homenagem; os escritores
romanos nem sempre deixam a cronologia clara. Mas
foram honras pretensiosas dessa natureza, votadas
durante o seu tempo de vida, por um congresso
complacente, combinadas com o fato de ter
encampado de maneira mais ou menos oficial os
processos democráticos, o que provocou a oposição
mortífera. Tais coisas foram muito além da cunhagem
de sua cabeça nas moedas. [...] Ao que parece foram
prometidos também templos e um sacerdócio em sua
homenagem, e sua estátua foi colocada em todos os
templos de Roma. Havia planos de decorar sua
residência particular com um frontão triangular, para
dar-lhe um aspecto de templo, o lar de um deus.
BEARD, Mary. SPQR: uma história da Roma Antiga. São Paulo:
Planeta, 2017, pp. 348-349. Adaptado.
A ascensão de Júlio César ao poder representou um
novo momento para história romana. A resistência dos
senadores à expansão do poder de César e as
homenagens ao líder representavam
a) a busca por um novo líder, indiferente às
homenagens públicas, que reduziam o prestígio do
Senado perante os cidadãos.
b) a persistente fragilidade do Senado perante líderes
fortes, desde a constituição da República, no século V
a.C.
c) o fortalecimento do Senado, pois o assassinato de
Júlio César impediu a ascensão de líderes fortes e
preservou a República como forma de governo.
d) a fragilidade da sociedade romana, em razão das
divisões políticas que facilitaram as “invasões
bárbaras”.
e) a luta dos senadores para preservar o Senado como
principal instituição política romana em oposição à
concentração de poder em um líder forte.