Considere o seguinte trecho, extraído da obra A náusea, do escritor e filósofo francês Jean
Paul Sartre (1889-1980).
“O essencial é a contingência. O que quero dizer é que, por definição, a existência não é a
necessidade. Existir é simplesmente estar presente; os entes aparecem, deixam que os
encontremos, mas nunca podemos deduzi-los. Creio que há pessoas que compreenderam isso. Só
que tentaram superar essa contingência inventando um ser necessário e causa de si próprio. Ora,
nenhum ser necessário pode explicar a existência: a contingência não é uma ilusão, uma aparência
que se pode dissipar; é o absoluto, por conseguinte, a gratuidade perfeita.”
SARTRE, Jean Paul. A Náusea. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1986. Tradução de Rita Braga, citado por:
MARCONDES, Danilo Marcondes. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000.
Nesse trecho, vemos uma exemplificação ou uma referência ao existencialismo sartriano
que se apresenta como
A) recusa da noção de que tudo é contingente.
B) fundamentado no conceito de angústia, que deriva da consciência de que tudo é contingente.
C) denúncia da noção de má fé, que nos leva a admitir a existência de um ser necessário para
aplacar o sentimento de angústia.
D) critica à metafísica essencialista.