A cafeicultura avançou na segunda metade do século
XIX para novas áreas no Sul de Minas e Oeste de São
Paulo. As fronteiras de avanço do café uniram-se em
determinados locais. As ferrovias beneficiaram-se
dessa expansão e contribuíram para o avanço, como a
Companhia Mogiana. Essas duas áreas tornaram-se
grandes produtoras de café no início do século XX.
Tanto que a área cultivada em café no Sudoeste
mineiro em 1920 correspondia a 10,35% da área
cafeeira do Estado de Minas Gerais, com mais de 50
milhões de pés, e atingia uma produção de quase 27
mil toneladas anualmente. O número de pés e a
produção também representavam aproximadamente
um décimo do total do estado. Tamanha estrutura
produtiva foi montada ao longo do tempo e contou
com o apoio constante do crédito. As hipotecas nos
permitem vislumbrar uma parte do processo de
consolidação do parque cafeeiro dessa região.
Adaptado de OLIVEIRA, Lélio Luiz de;
MARCONDES, Renato Leite. Outro modo de financiar
o café: Hipotecas no sudoeste de Minas Gerais (1890-
1914). Varia História, Belo Horizonte, v. 34, n.
64, 2018.
A expansão da cafeicultura resultou na intensificação
das atividades econômicas no interior de São Paulo e
Minas Gerais. O impacto da cafeicultura está
relacionado
a) à expansão do consumo interno ligada à
industrialização e à urbanização do país no século
XIX, a partir da política industrial estatal.
b) à opção dos cafeicultores em expandir a produção
sem o apoio do Estado, com base no livre mercado,
conforme definido no Convênio de Taubaté em 1906.
c) ao fato de que, apesar de o açúcar ser o principal
produto de exportação do país no início da República,
a produção de café estimulava mudanças econômicas
regionais.
d) à expansão da produção de café no Vale do Paraíba
a partir de 1910, após o Convênio de Taubaté, o que
gerou capital excedente investido em outras regiões.
e) às transformações da infraestrutura de transportes
e das atividades econômicas necessárias à expansão da
produção de um produto com forte demanda
internacional.