O cargo de diretor dos índios foi criado em 3 de maio de
1757 com o objetivo de organizar a administração e o
governo dos índios do Pará e do Maranhão, sendo suas
atribuições estendidas para todo o Brasil no ano seguinte,
com a criação de diretórios em outras capitanias. Mais
conhecido na historiografia como Diretório dos Índios, a
criação do cargo foi acompanhada de todo um conjunto
normativo, fruto de um amplo programa de modernização
do aparelho do Estado empreendido pelo conde de Oeiras,
futuro marquês de Pombal, que ocupou o cargo de ministro
do rei d. José 1(1750-1777) a partir da segunda metade do
século XVIII.
Disponível em hitp://mapa.an.gov.br/index.php/dicionario-periodo-
colonial/167-diretor-diretorio-dos-indios. Acesso: out. 2019. Adaptado.
O Diretório dos Índios conformou parte da política
indigenista formulada pela metrópole lusa na segunda
metade do século XVIII e tinha, entre outros objetivos, a
completa integração dos índios à sociedade portuguesa.
Como estratégias para viabilizar esse objetivo, o Diretório
dos Índios propunha
a) a completa desorganização das sociedades indígenas,
por meio da separação das aldeias, da imposição de
valores ocidentais, como a monogamia, o uso de
vestimentas, o fim da antropofagia e dos ritos de
iniciação dos jovens.
b) a regulamentação da liberdade indígena, de modo a
garantir os seus interesses na ocupação da terra e na
distribuição de sesmarias dos territórios da Amazônia,
ocupados pela colonização portuguesa a partir do
século XVIII.
c) a garantia da exploração dos gêneros nativos da
Amazônia pelos indígenas, como guaraná, urucum e
baunilha, produtos conhecidos, à época, como as
“drogas do sertão”, pelas suas propriedades medicinais,
com o objetivo de permitir a ascensão social dos
nativos.
d) a realização de casamentos mistos e a imposição do uso
obrigatório do idioma português, de modo a não
permitir a distinção entre índios e brancos, por meio da
miscigenação biológica e por intermédio de uma série
de dispositivos de homogeneização cultural.
e) a criação de novos critérios de classificação social,
como a noção de pureza racial, sendo essa concepção
de raça fruto de uma combinação entre ancestralidade e
crenças religiosas, devido à presença da escravidão
africana na colônia.