O olhar agudo de Machado de Assis capta de forma natural as alterações da dinâmica social —
alterações que culminariam na abolição da escravidão, em 1888, e na proclamação da República,
no ano seguinte. Um dos melhores retratos que Machado faz daquele momento está nesta página
de Esaú e Jacó:
“A capital oferecia ainda aos recém-chegados um espetáculo magnífico. (...) Cascatas de idéias
de invenções, de concessões rolavam todos os dias, sonoras e vistosas, para se fazerem contos
de réis, centenas de contos, milhares, milhares de milhares, milhares de milhares de milhares de
contos de réis.
Todos os papéis, aliás ações, saíam frescos e eternos do prelo. (..) Nasciam as ações a preço alto,
mais numerosas que as antigas crias da escravidão, e com dividendos infinitos.”
LUCIANO TRIGO
“Adaptado de O viajante imovel - Machado de Assis e o Rio de Janeiro de seu tempo. Rio de Janeiro: Record, 2001
A denominação da ação económica empreendida no momento histórico retratado por Machado
de Assis e duas de suas principais consequências estão corretamente apresentadas na seguinte
alternativa:
(A) Encilhamento — inflação e falência de empresas
(B) Fundingloan - industrialização e desvalorização da moeda
(© Tarifas Alves Branco — urbanização e concentração de renda
(D) Convênio de Taubaté — endividamento e especulação financeira