Como disse no começo desta crônica, o PT é um partido em
mutação, juntamente com a figura de seu líder, que trocou o
radicalismo de palavra pela prática populista sem que nem
um nem outro queiram assumir isso, por razões óbvias.
(Ferreira Gullar, Folha de S.Paulo, 25.02.2007.)
A crise deflagrada pela dupla populista Chaves-Morales foi
uma tragédia fartamente anunciada, mas pegou de surpresa
o governo brasileiro. Pior foi a acusação de sermos impe-
rialistas, quando já investimos pesadamente para viabilizar
o projeto de exploração [do petróleo e do gás natural]. E, até
o último arranque nos preços do petróleo, os valores pagos
pelo gás boliviano eram bem superiores aos do mercado
mundial.
(Carlos Frederico Hackerott e Pedro Andréa Krepel, O Globo, 17.06.2006.)
Não é raro governos serem acusados de populistas. O fenôme-
no do populismo na América Latina — presente, especialmente
entre as décadas de 1930 e 1960 — tem, entre outras, como
característica,
(A) a manipulação das massas por um líder, associada à
satisfação de aspirações longamente esperadas.
(B) líderes corruptos, que se utilizam de um discurso positi-
vista com o intuito de envolver as classes populares.
(C) a preocupação com a organização sindical do campesi-
nato, em detrimento da organização do operariado.
(D) a desnacionalização da economia, por meio do incentivo
da entrada de capitais estrangeiros em áreas estratégi-
cas.
(E) a forte ligação com o Partido Comunista e a defesa de
uma ruptura com a ordem capitalista.