13. Havia em Alexandria uma filósofa chamada Hipátia que foi admitida na escola de Platão,
demonstrando competência para ensinar as ciências a todos os que o desejassem. Hipátia interrogava: “Por
que as estrelas não caem do céu?” E respondia: “Porque seguem a rota mais perfeita, que é o círculo do
céu em torno da Terra, que, por sua vez, é centro do cosmos.” Acreditando nesta tradição e movida pela
curiosidade, ela instigava: “Se você não questiona aquilo em que acredita, não pode acreditar.” Além disso,
acrescentava: “Eu acredito na filosofia e é preciso nos livrarmos de todas as ideias preconcebidas de
qualquer natureza.” Na história da filosofia, Hipátia é considerada uma expoente do neoplatonismo. A
oposição entre o neoplatonismo e o cristianismo teria marcado o tempo em que ela viveu. Para o filósofo
Pierre Hadot, o neoplatonismo foi um foco de resistência ao cristianismo. Essa resistência continuou até
529, quando o imperador Justiniano proibiu os pagãos de ensinar, fechou as escolas filosóficas de Atenas e
passou a perseguir filósofos em Alexandria. Nesse contexto, a matemática Hipátia foi assassinada em 415,
em Alexandria, por cristãos fanáticos.
(Adaptado de Salma Tannus Muchail, Notícias de Hipátia. Labrys, estudos feministas, v. 23, jan./jun. 2013. Disponível em
https:/Avww .labrys.net.br/ labrys23/ filosofia/salma.htm. Acessado em 10/07/2017.)
A partir do texto acima e de seus conhecimentos históricos e filosóficos,
a) identifique dois princípios filosóficos defendidos por Hipátia;
b) aponte e explique uma motivação do imperador Justiniano para perseguir correntes de pensamento não
cristãs.