Conforme ficou registrado em sua carta-testamento,
Getúlio Domelles Vargas saiu da vida para entrar na
História. Para muitos, ele foi o grande responsável pela
modernização do Brasil, ao pôr em prática um modelo
nacional-desenvolvimentista capaz de direcionar, em
pouco mais de duas décadas, um país agrário para o rumo
efetivo da industrialização. Sob essa mesma perspectiva, a
vasta legislação trabalhista, ao reconhecer como legítimas
as reivindicações dos operários e demais trabalhadores
urbanos, instituiu o necessário equilíbrio na relação entre
patrões e empregados, superando os resquícios da
escravocracia mais arcaica. Para outros, contudo, o
chamado populismo varguista seria a expressão mais
pronta e acabada do uso das massas como instrumento de
dominação política.
NETO, Lira. Getúlio: da volta pela consagração popular ao suicídio
(1945-1954). São Paulo: Companhia das Letras, 2014, p. 350.
O suicídio de Vargas foi um dos momentos mais
dramáticos da história brasileira. O fato relaciona-se à
intensa luta política da década de 1950, quanto ao modelo
de desenvolvimento a ser implantado no País. A luta
política se caracterizava pela oposição entre duas propostas
relacionadas à
a) aliança entre capital e trabalho, em favor da abertura
irrestrita da economia brasileira ao capital
internacional, frente à oposição, que defendia a aliança
com a União Soviética e a privatização das empresas
estatais.
b) aliança entre capital e trabalho, a partir do
planejamento público, com a criação de estatais para
setor de infraestrutura, frente à oposição, que defendia
a abertura ao capital externo e entendia a ampliação
dos direitos dos trabalhadores como uma forma de
dominação populista.
c) aliança entre capital e trabalho, para a privatização das
empresas estatais, em busca de maior desenvolvimento
nacional, frente à oposição, que defendia a estatização
de todas as empresas como solução para os problemas
econômicos nacionais.
d) aliança entre capital e trabalho, para a estatização de
todos os setores econômicos, como forma de ampliar a
participação política popular, frente à oposição, que
defendia a abertura irrestrita ao capital externo e que
entendia a ampliação dos direitos dos trabalhadores
como uma forma de dominação populista.
e
aliança entre capital e trabalho, que defendia a abertura
irrestrita ao capital externo e entendia a ampliação dos
direitos dos trabalhadores como uma forma de
dominação populista, frente à oposição, que defendia o
planejamento público, com a criação de estatais para o
setor de infraestrutura.