Nas palavras de Alberto da Costa e Silva, “[...] por muito
tempo, não se deu atenção ao que, hoje, nos parece
evidente: o papel do negro como civilizador”. Tal
afirmativa sinaliza uma mudança de perspectiva na
abordagem sobre a escravidão no Brasil, que começou a se
delinear no final da década de 1970. Essa nova
interpretação distanciava-se da visão do sistema escravista
como rigidamente dividido entre opressores (senhores) e
oprimidos (escravos), destacando os aspectos social e
cultural do escravo e do liberto na História.
Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 5, nº 54, março 2010.
A partir do trecho acima, é CORRETO afirmar que as
relações entre senhores e escravos, no Brasil colonial,
a) destituíram os escravos da capacidade de produzir
valores próprios, devido à forte opressão senhorial no
cotidiano do cativeiro.
b) mostram-se muito mais complexas, envolvendo
negociações entre senhores e escravos, como também
ligações de domínio entre os próprios integrantes da
comunidade negra.
c) impediram que os escravos construíssem espaços de
autonomia dentro do sistema escravista, tais como
constituir família e laços de solidariedade.
d) impediram que os africanos mantivessem sua
identidade e cultura próprias e, assim, agissem pela
conquista de sua liberdade.
e) reproduziram-se baseadas apenas na violência e na
força do chicote, como únicas formas de combater a
autonomia e a indisciplina escrava.