No Brasil holandês, foram produzidos os mais
detalhados e elaborados retratos dos diversos povos
que habitavam essa parte da América. Seguindo
instruções do Conde Johan Maurits Nassau-Siegen,
artistas que integravam sua comitiva, instalada em
Recife, pintaram cenas cotidianas, gente, costumes,
paisagens, natureza, objetos, adornos, reproduzindo
gestos, movimentos e cores daquelas plagas. Tratava-
se de repertoriar o Brasil para que os resultados
pudessem ser vistos, admirados e cobiçados na
Europa. O pintor Albert Eckhout se dedicou
detalhadamente às gentes e suas práticas e suas formas
de viver.
PAIVA, Eduardo F. Onde está o outro? A presença invisível, o
etnocentrismo e a construção de imagens. In RAMOS, Alcides
F., PATRIOTA, Rosângela e PESAVENTO, Sandra J. (org.).
Imagens na História. São Paulo: Hucitec, 2008. Adaptado.
Albert Eckhout, Mulher segurando uma mão cortada e
carregando em um cesto um pé cortado, 1641.
Albert Eckhout, Copenhagen, Nationalmuscet. Dança dos
tarairiu, c. 1640.
Em relação à percepção dos povos e de culturas
"diferentes", o que hoje pode ser abordado a partir de
conceitos como alteridade e identidades, é
CORRETO afirmar que o pintor
a) se preocupou em distinguir e em classificar os
personagens do mundo que ele retratava, procurando
destacar e valorizar a diversidade cultural da colônia.
b) retrata o nativo americano em seu estado de
natureza, como um retorno a um paraíso original,
pressupondo a liberdade como natural, remetendo à
noção do “bom selvagem”.
c) incorpora valores portugueses sobre os indígenas e
inclui nos retratos imagens em segundo plano que
opõem "civilização" e cultura, aproximando os nativos
da barbárie e selvageria.
d) procura retratar de modo científico a natureza e o
ameríndio, estabelecendo correlações __ entre
conhecimento exterior e interior, das quais emerge a
ideia de um mundo jovem, em formação.
e) procura retratar a “degeneração” social e cultural
da raça, reforçando as teses poligenistas que viam na
mestiçagem um fenômeno a ser evitado.