No sistema westfaliano de Estado, a soberania estava ligada ao controle sobre o território nacional. Hoje, no entanto, o dinheiro
cada vez mais digital é indicativo de um mundo pós-westfaliano em que se diminui radicalmente o poder do Estado-nação. Em grande
parte, o poder migrou do domínio público para o privado, aumentando consideravelmente a influência dos senhores das finanças.
Muitas vezes, a instabilidade financeira e a desigualdade surgem como resultados desse arranjo. Longe de justificar argumentos exa-
gerados que proclamam o fim da geografia, o mundo do dinheiro digital deu origem a novas espacialidades. É nesse ambiente que
prosperam, por exemplo, os Centros Financeiros Offshore, popularmente conhecidos como paraísos fiscais.
(Adaptado de WARF, B. Digitalização, globalização e capital financeiro hipermóvel. Geousp — Espaço e Tempo, v. 21, n. 2, p. 397-406, 2017.)
Com base no texto acima e em seus conhecimentos,
a) apresente ao menos duas características definidoras dos Centros Financeiros Offshore. Quais sistemas técnicos de telecomunica-
ções sustentam hoje a circulação do dinheiro digital, articulando globalmente os centros financeiros?
b) Dê dois exemplos de lugares que exercem essa função nas finanças globalizadas e explique por que a proliferação de paraísos fiscais
ameaça a soberania dos Estados nacionais e aprofunda as desigualdades sociais.