Pode acontecer que, para a educação do verdadeiro
filósofo, seja preciso que ele percorra todas as gradações
nas quais os “trabalhadores da filosofia” estão instalados e
devem permanecer firmes: ele deve ter sido crítico, cético,
dogmático e histórico e, ademais, poeta, viajante, moralista
e vidente e “espírito livre”, tudo enfim para poder percorrer
o círculo dos valores humanos, dos sentimentos de valor, e
poder lançar um olhar de múltiplos olhos e múltiplas cons-
ciências, da mais sublime altitude aos abismos, dos baixios
para o alto. Mas tudo isso é apenas uma condição preliminar
da sua incumbência. Seu destino exige outra coisa: a criação
de valores.
(Friedrich Nietzsche. Além do bem e do mal, 2001. Adaptado.)
No texto, Nietzsche propõe que a formação do filósofo deve
(A) assegurar e manter os poderes políticos do governante.
(B) conhecer e extrapolar as práticas de vida, os sentimentos
e os valores presentes na sociedade.
(C) privilegiar e fortalecer o papel da religião nas atitudes crí-
ticas perante a vida e os humanos.
(D) restringir-se ao terreno da reflexão na busca por uma
verdade absoluta.
(E) retomar a origem una e indivisível dos humanos, na busca
de sua liberdade de natureza.