É relativamente consensual que uma era biotecnológi-
ca se aproxima. Em um futuro cenário de desenvolvimento
biotecnológico, que será instaurado com o progresso tecno-
lógico no século XXI, alterar-se-á um dos mais tradicionais
dilemas da moralidade. Em vez de enfrentarmos a questão
de que atitudes e deveres morais temos para com os seres
compreendidos atualmente como animais não humanos (por
exemplo, gato, cachorro, cavalo etc.), a questão será que
obrigações teremos com outro tipo de não humano, isto é, os
chamados pós-humanos. A pós-humanidade seria alcançada
por meio da aplicação de técnicas de manipulação, instru-
mentalização e artificialização da vida, do patrimônio biológi-
co do humano. O humano, por iniciativa própria e com vistas
ao melhoramento da sua natureza, deixaria de ser humano.
(Murilo Mariano Vilaça e Maria Clara Marques Dias. “Transumanismo e o
futuro (pós-)jhumano”. Physis — Revista de Saúde Coletiva, 2014.
Adaptado.)
Ao tratar de aspectos da bioética, o texto propõe uma refle-
xão sobre
(A) os conflitos atuais entre os humanos e os seres pós-
“humanos.
(B) a procedência de recursos empregados nas pesquisas
tecnológicas.
(C) os limites técnicos das pesquisas em biotecnologia.
(D) a amoralidade do esforço de imaginar e prever o futuro
humano.
(E) a necessidade futura de redefinição do conceito de huma-
nidade.