O importante trabalho de fazer um alfinete é dividido em
mais ou menos dezoito operações distintas. Vi uma pequena
fábrica que só empregava dez operários e onde, em conse-
quência, alguns deles eram encarregados de duas ou três
operações. Mas, embora a fábrica fosse muito pobre e, por
isso, mal aparelhada, quando em atividade, eles conseguiam
fazer cerca de doze libras de alfinetes por dia: ora, cada libra
contém mais de quatro mil alfinetes de tamanho médio.
Assim, esses dez operários podiam fazer mais de quarenta
e oito mil alfinetes por dia de trabalho; logo, se cada ope-
rário fez um décimo desse produto, podemos dizer que fez,
num dia de trabalho, mais de quatro mil e oitocentos alfinetes.
Mas, se todos tivessem trabalhado à parte e independente-
mente uns dos outros, e se eles não tivessem sido moldados
a essa tarefa particular, cada um deles não teria feito, com
certeza, vinte alfinetes.
(Adam Smith. A riqueza das nações (1776). Apud: André Gorz.
Crítica da divisão do trabalho, 1980. Adaptado.)
Considerando que uma libra equivale a aproximadamente
450 gramas, o texto indica que
(A) o modelo de fábrica ampliou imensamente a capacidade
de produção de alfinetes, pois as máquinas substituíram
o trabalho humano com evidente melhoria na qualidade
da mercadoria final.
(B) a mecanização e o parcelamento de tarefas reduziram a
capacidade de produção de alfinetes, pois criaram difi-
culdades para que o conjunto dos operários operasse as
máquinas.
(C) a massa de um alfinete de tamanho médio equivale a
10% de uma libra e, em decorrência, a produção diária
da fábrica gerava cerca de 4,5 kg de mercadorias.
(D) o trabalho individual de cada operário envolvia o manejo
diário de quatro mil e oitocentos alfinetes, que represen-
tavam, em massa, cerca de 540 gramas.
(E) a divisão de tarefas na fábrica homogeneizou a capaci-
dade produtiva individual dos trabalhadores e eliminou a
necessidade de controle patronal sobre a produção.