Leia o excerto, baseado num documento maia do século XVI.
Este é o princípio da concepção dos humanos, de quan-
do se buscou o que devia compor a carne do homem. [...]
De Paxil (Lugar da Fenda), Cayalá (de Água Amarga),
esse é seu nome, vieram as espigas de milho amarelo e as
espigas de milho branco.
E estes são os nomes dos animais, dos que trouxeram
a comida: Yac (Raposa Cinzenta), Utiú (Coiote), Quel (Pe-
riquito) e Hoh (Corvo). Esses quatro animais lhes deram a
notícia das espigas de milho amarelo e das espigas de milho
branco. [...]
Foi assim que eles encontraram o milho — milho que
compôs a carne da gente criada, da gente formada —, e a
água, que se tornou o sangue, a linfa do ser humano. [...]
E então puseram em palavras a criação, a formação de
nossas primeiras mães, de nossos primeiros pais. De milho
amarelo e de milho branco se fez sua carne; apenas de ali-
mento se fizeram os braços e as pernas do ser humano.
(Popol Vuh, 2019.)
O excerto expõe
(A) uma visão estereotipada da criação humana, que con-
traria os preceitos básicos do pensamento científico da
época.
(B) um reconhecimento das limitações alimentares locais e
a incorporação de valores e princípios do catolicismo
europeu.
(C) um lamento dos nativos diante da dominação europeia
e a reafirmação dos valores originais da comunidade
indígena.
(D) uma representação mítica das origens do homem, que
associa O processo da criação humana a elementos do
mundo natural.
(E) uma interpretação mitológica da criação da fauna nativa
e a preocupação com a carência alimentar do período.