A abolição da escravidão, no Brasil, decorreu de um longo
processo, que envolveu diversos interesses internos e
externos, com inúmeros desdobramentos, como se pode
inferir
(A)
na ação das bandeiras de destruição dos quilombos, que
contiveram a fuga em massa de escravos e acabaram
com a resistência à escravidão nos centros urbanos e nas
áreas litorâneas, levando os quilombolas a adentrarem,
cada vez mais, pelo interior da colônia.
no reconhecimento da independência do Brasil por
Portugal, que, dependente econômica e financeiramente
da Inglaterra, obrigou a nação recém-independente a
pagar uma indenização ao trono português e a abolir
imediatamente a escravidão.
na oposição da aristocracia rural às medidas
centralizadoras de Marques de Pombal, que,
representando o despotismo esclarecido português,
defendia a gradual abolição da escravidão, o que levou
à eclosão da Revolta de Beckman e da Guerra entre
Emboabas e Mascates.
na aprovação do Bill Aberdeen pelo parlamento britânico,
que, pressionando o Brasil, contribuiu para o
estabelecimento da Lei Eusébio de Queiróz, cujo
desdobramento foi o processo de imigração europeia,
imbuído pelas ideias difundidas pela teoria do
branqueamento.
na aprovação da Lei do Ventre Livre, que causou uma
imediata crise no setor cafeeiro do Vale do Paraíba e no
setor açucareiro do Nordeste, pela ausência de
trabalhadores que pudessem, posteriormente, resolver a
questão do envelhecimento da mão de obra escrava.