Soberano e governo
Procurando resolver a questão da legitimidade do poder fundado no contrato social, Jean-Jacques Rousseau (1/12-
1778) atribuiu a soberania ao povo como corpo coletivo, capaz de decidir o que é melhor para a sociedade como um
todo. Foi assim que desenvolveu a ideia de democracia direta cuja centralidade é a ideia de participação nas
decisões e das leis. Para tanto, é preciso considerar o que ele chamou de vontade geral como aquilo que visa
superar a divisão presente em toda pessoa que a faz ser ao mesmo tempo pessoa privada e pessoa pública. Para
Rousseau, essa divisão produz duas condutas: o agir que visa a interesses particulares que, na maioria das vezes,
se chocam com a coletividade; e o agir participante de um mesmo corpo capaz de decisão com seus pares em prol
de objetivos comuns. Assim, a vontade geral se caracteriza como um pacio de cada um com todos no qual se busca
encontrar uma forma de associação que defenda e proteja com toda força comum a pessoa e os bens de cada
associado e pela qual cada um, ao se unir a todos, não mais obedeça senão a si mesmo e permaneça tão livre
quanto anteriormente.
ARANHA, M. L. de Arruda e MARTINS, M.H. Pires. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2013.
Considere o papel que desempenha o conceito de vontade gera! na construção da liberdade do homem, tal como
descrito acima. Para qual aspecto tende a vontade geral? Ela está voltada para o indivíduo ou para o cidadão?
Justifique sua resposta.