Karl Marx compreende o capitalismo como um modo de produção fundamentado na extração de mais-valia
oriunda da exploração do trabalho do proletariado pela burguesia. Contemporaneamente, o capitalismo assume
uma forma específica de organização do trabalho que é muito bem retratada no filme Eu, Daniel Blake (Ken
Loach, 2016). Este filme apresenta como personagem principal um trabalhador em busca da sobrevivência em
meio às relações de trabalho na sociedade contemporânea. No filme, Daniel sofre um ataque cardíaco que o
impossibilita de trabalhar e, ao mesmo tempo, ele encontra enorme dificuldade em conseguir benefícios do
governo devido à burocracia. Na contemporaneidade, tal como retratado no filme citado, o capitalismo apresenta
as seguintes características:
a) Estado liberal: democracia censitária; e extração de mais-valia absoluta por meio da extensão da jornada
diária de trabalho até 16 horas, trabalho infantil e feminino.
b) Estado liberal-democrático: democracia representativa; e taylorismo: redução da jornada de trabalho e
aumento da produtividade por meio da extração de mais-valia relativa.
c) Estado integracionista: integração dos trabalhadores ao consumo; e fordismo: produção em larga escala,
extração de mais-valia absoluta nos países de capitalismo dominante e relativa nos países subordinados.
d) Estado neoliberal: privatização de educação, saúde e segurança pública; e toyotismo: produção por
lotes, extração de mais-valia absoluta e relativa, subemprego e desemprego estrutural.
e) Estado de Bem-Estar Social: pleno emprego, assistência social; e fordismo: extração de mais-valia
absoluta por meio da organização científica do trabalho.