Leia o excerto a seguir, em que René
Descartes expressa uma nova concepção de ciência:
“[...] tão logo adquiri algumas noções gerais
relativas à Física, e, começando a comprová-las em
diversas dificuldades particulares notei até onde
podiam conduzir, e o quanto diferem dos princípios
que foram utilizados até o presente, julguei que não
podia mantê-las ocultas sem pecar grandemente
contra a lei que nos obriga a procurar, no que
depende de nós, o bem geral de todos os homens.
Pois elas me fizeram ver que é possível chegar a
conhecimentos que sejam muito úteis à vida, e que,
em vez dessa Filosofia especulativa que se ensina
nas escolas, se pode encontrar uma outra prática,
pela qual, conhecendo a força e as ações do fogo,
da água, do ar, dos astros, dos céus e de todos os
outros corpos que nos cercam, tão distintamente
como conhecemos os diversos misteres de nossos
artífices, poderíamos empregá-los da mesma
maneira em todos os usos para os quais são
próprios, e assim nos tornar como que senhores e
possuidores da natureza”.
DESCARTES, R. Discurso do método, Parte VI, 8 2. Trad.
bras. de Jacob Guinsburg e Bento Prado Jr. São Paulo:
Difel - Difusão Europeia do Livro, 1962. (Col. Clássicos
Garnier).
Essa nova concepção de ciência, apresentada por
Descartes, se aproxima do que Aristóteles chamara
de
A) técnica (tékhne).
B) experiência (empeiria).
C) sensação (aísthêsis).
D) ciência (epistéme).