É costumeiro dizer ou é próprio do senso
comum afirmar que gosto não se discute. Porém,
Souza (2018), ao estudar e pesquisar sobre a
categoria “ralé brasileira”, procurou classificar e
identificar as razões e as lógicas sociais que fazem
com que, na estrutura social de classes do Brasil, as
pessoas das classes mais baixas não compartilhem
do “privilégio estético” ou do “bom gosto” daqueles
que alegam tê-lo ao possuir a “capacidade cognitiva
para fruir, entender e apreciar, por exemplo, música
clássica, um quadro de Picasso ou um “bom vinho”.
E é importante frisar que esta compreensão
sociológica não aponta simplesmente para questões
de cunho subjetivo ou de opiniões individuais e
gostos pessoais, mas para formas ou modelos de
explicar a desigualdade social no Brasil.
SOUZA, Jessé. A ralé brasileira: quem é e como vive.
32 ed. ampliada. São Paulo: Editora Contracorrente, 2018.
A partir do exposto, é correto afirmar que
A) o“privilégio estético” é desenvolvido por uma
boa educação que toda escola deve prezar a fim
de construir as sensibilidades necessárias para
a arte.
B) a“ralé brasileira” aponta para uma estrutura
social de personalidade que pode ser
identificada nos marginalizados ou nos
periféricos da nossa sociedade.
C) o“bom gosto” e o “mau gosto” existem, como
se comprova nesse estudo, que combate o
segundo tipo em toda a estrutura social de
classes no país.
D) a chamada “ralé brasileira” não consegue obter
as competências nem a sensibilidade para o
“bom gosto estético” por cultivarem “gostos
popularescos”.