A publicação de Iracema e de outras obras conhecidas
como indianistas contou com a aprovação do imperador
Dom Pedro II. Isso se deu porque
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a exaltação do índio “civilizado”, após a indepen-
dência, contribuía para estimular o nacionalismo e
para o reconhecimento da legitimidade monárquica,
que buscou associar sua imagem a certos signos de
brasilidade.
esse imperador, nascido no Brasil, repudiava os va-
lores europeus e defendia que os nativos, autênticos
brasileiros, deveriam ser alçados a heróis da pátria
por terem resistido bravamente à colonização, o
quanto puderam.
OS índios, nessas obras, eram retratados como seres
ingênuos, cândidos, dotados de nobreza moral e es-
piritual, características que agradavam à Igreja Cató-
lica, instituição que foi aliada incondicional do impé-
rio no Segundo Reinado.
oO imperador patrocinava generosamente intelectuais
e artistas brasileiros, adotando, em troca do apoio
destes a seu governo, uma política cultural naciona-
lista, que impediu a circulação e a produção acadê-
mica de estrangeiros no país.
os escritores indianistas eram monarquistas, perten-
ciam à elite intelectual e econômica do país e partici-
pavam do projeto coletivo de escrever a História Ge-
ral do Brasil, publicada pelo Instituto Histórico e Geo-
gráfico Brasileiro, que glorificava Pedro IT.