O jovem que nasceu e cresceu sob a ditadura perdeu muitos contatos com a realidade e
com a história como processo vivo. Mas conheceu em sua carne o que é a opressão e como a
repressão institucional (às vezes inconsciente e definitiva, dentro da família, da escola etc.) é
odiosa. Essa é uma riqueza ímpar. O potencial radical de um jovem — pobre, de pequena
burguesia ou “rico” — que sofre prolongadamente uma experiência dessas, constitui um
agente político valioso. Ele está “embalado” para rejeitar e combater a opressão sistemática e
a repressão dissimulada, o que o converte em um ser político inconformista promissor.
FERNANDES, F. O dilema político dos jovens. In: Florestan Fernandes na constituinte:
leituras para reforma política. São Paulo: Expressão Popular, 2014.
No contexto mencionado, Florestan Fernandes tematiza um efeito inesperado do exercício do
poder político decorrente da
(A) evolução histórica do conflito de gerações.
fragilidade moral das instituições públicas.
legitimação ideológica do nacionalismo estatal.
(C) impossibilidade de realizagao do controle total.
(E) restrição da oferta de oportunidades de educação.