A hospitalidade pura consiste em acolher aquele que
chega antes de lhe impor condições, antes de saber e
indagar o que quer que seja, ainda que seja um nome ou
um “documento” de identidade. Mas ela também supõe
que se dirija a ele, de maneira singular, chamando-o
portanto e reconhecendo-lhe um nome próprio:
“Como você se chama?” A hospitalidade consiste em
fazer tudo para se dirigir ao outro, em lhe conceder,
até mesmo perguntar seu nome, evitando que essa
pergunta se torne uma “condição”, um inquérito policial,
um fichamento ou um simples controle das fronteiras.
Uma arte e uma poética, mas também toda uma política
dependem disso, toda uma ética se decide aí.
DERRIDA, J. Papel-máquina. São Paulo:
Estação Liberdade, 2004 (adaptado).
Associado ao contexto migratório contemporâneo,
o conceito de hospitalidade proposto pelo autor impõe a
necessidade de
anulação da diferença.
cristalização da biografia.
incorporação da alteridade.
supressão da comunicação.
VODVOS
verificação da proveniência.